terça-feira, 23 de março de 2010

SABER ESPERAR
Toda dor tem um "para que" e quando temos a paciência para esperar...

Existem coisas na vida que nos desconcertam no momento em que acontecem, mas, passado algum tempo, tais situações realizam o ofício de nos "consertar" de alguma forma.

Existem sofrimentos que não somos capazes de compreender e perdas, que por ora, nos roubam a paz. Nem tudo na vida nós somos capazes de absorver no momento presente. Por isso, diante de tais situações, faz-se necessário muita humildade e paciência para conseguirmos crescer com a dor.

Constantemente cultivamos o costume de exigir da vida respostas prontas para tudo, porém, é necessário compreender que diante determinados mistérios é preciso ter a humildade de saber esperar.

Diante dos dissabores fazemos muitas perguntas, porém, muitas vezes, indagamos sem estar devidamente preparados para receber as respostas. É preciso ter paciência, para ir aos poucos compreendendo que a vida é feita de vitórias e perdas, de respostas e perguntas...

Muitas respostas para nossos questionamentos somos nós mesmos quem iremos construir, a partir da maneira como absorvermos a dor. Algumas virão somente com o tempo; outras não virão como as esperávamos, e outras, ainda, estão nas próprias perguntas que fazemos.

Alguns sofrimentos são positivos no sentido de nos despertar para realidades antes não percebidas, assim como para nos ajudar a nos desapegarmos de coisas e pessoas, e principalmente, para nos revelar o poder de superação que o Criador infundiu em nós. Muitas dores trazem benefícios necessários... Todas têm um "para que", e quando temos paciência de esperar que o mistério nos forme, conseguimos ser "consertados" e corrigidos por elas, dores estas que, muitas vezes, nos desconcertam.

O coração humilde é aquele que sabe perder e esperar que a vida lhe acrescente em maturidade o que ela mesma lhe retirou em excessos. Feliz é quem tem coragem de semear, e mais ainda o é aquele que tem paciência para esperar que os frutos cresçam e se tornem alimento.

Saber esperar! Amadurece quem sinceramente trilha esse caminho.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Namorar é a solução?

Carência com carência só pode gerar desequilíbrio
(http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=11791)


Todos nós temos a necessidade de ser amados. São muitas as pessoas que, com o intuito de corresponder a essa carência, pagam caro e se submetem a diversas situações. Todos nós somos carentes. Mas, se essa carência afetiva não for bem direcionada poderá tornar-se um fator de desequilíbrio, arrastando-nos, muitas vezes, a tomar atitudes contrárias a um sadio comportamento.


Em uma sociedade, na qual as famílias são cada vez mais desestruturadas, – com mães e pais que são solteiros e filhos órfãos de pais vivos –, o índice de ausência de amor na formação de nossas crianças é assustador.


Uma criança que nunca recebeu um abraço de seus pais, que nunca recebeu carinho, e que, ao contrário, foi criada em meio a gritos e grosserias, com certeza, crescerá com um enorme vazio existencial. Muitas dessas “crianças”, hoje, já crescidas, e impulsionadas por suas carências cometem grandes erros somente para atrair sobre si a atenção dos demais.


Por isso, acredito que antes de viver qualquer relacionamento afetivo, como o namoro, precisamos aprender a trabalhar nossa história, buscando a cura de nossos afetos. É claro que não precisamos ser perfeitos para namorar; mas, existem coisas em nossa vida que precisamos resolver antes de assumir um relacionamento.


Nem sempre o namoro é a solução, e pode até se tornar negativo se não estivermos preparados para vivê-lo. Carência com carência só pode gerar desequilíbrio e um relacionamento doentio, no qual a cobrança será excessiva e a ternura ausente. De modo que um sufocará o outro e a relação acabará se tornando um peso.


Existem determinadas coisas em nossa história que somente Deus pode curar; outras, que somente nós podemos resolvê-las. Por isso, faz-se necessária a experiência do autoconhecimento, para descobrirmos nossa verdade e os passos que precisamos dar, buscando a experiência da cura interior, de modo que Deus possa trabalhar em nossa história, curando nossas feridas e marcas. Essas experiências precisam preceder nossos relacionamentos, para que o ciúme, o orgulho e nossas carências não destruam o verdadeiro afeto no relacionamento.


Namorar é bom, ou melhor, ótimo! Mas, melhor ainda é namorar pronto, do jeito certo, tendo equilíbrio no amar e ser amado, compreendendo que somente Deus pode preencher o vazio da alma, e que este espaço o outro não pode ocupar, por mais que o forcemos a isso.


Amor em que um diviniza o outro e depois o prende é amor destemperado e doente.


Antes de se viver o “nós”, é preciso trabalhar o “eu”, para que, no futuro, nossos relacionamentos tenham mais qualidade e sejam mais duradouros.

Quem não se deixa levar pela pressa, mas segue o caminho proposto por Deus, colherá maravilhosos frutos e alcançará, gradativamente, a felicidade em seus relacionamentos.


Tenhamos a coragem de realizar tudo do jeito de Deus e não do nosso, abrindo-nos à Sua ação libertadora em nossa vida. Somente, assim, poderemos acompanhar e ser bem acompanhados pelos demais.


Deus abençoe!


Adriano Zandoná
artigos@cancaonova.com